Entre a confluência do Bósforo e do Corno de Ouro, ergue-se o Palácio de Topkapi, o edifício mais antigo e extenso dentre os que restaram até hoje. Sultões e suas cortes viveram e governaram neste opulento entorno entre os anos 1458-1856.

 Primeiro pátio

No pátio exterior, ou primeiro pátio, há um magnífico espaço arborizado. A entrada é pela porta Bab-i Humayun (Porta Imperial). A fonte monumental de frente à porta Bab-i Numayun é um dos melhores exemplos da arte turca do século XVII. À volta deste primeiro pátio, havia padarias, a casa da moeda, o corpo de guardas, as lenheiras e, na esplanada um pouco mais abaixo, hortos do palácio.

O primeiro edifício do palácio, chamado de Pavilhão de Azulejos, fica neste pátio. À esquerda da entrada, vê-se a Igreja de Santa Irene, construção bizantina do século VI.

Segundo pátio

A porta Bab-üs Selam (Porta da Saudação) leva ao Museu de Topkapi situado não segundo pátio. Depois desta, há uma segunda porta chamada de Orta Kapi (Porta do Meio) comunicando-se com o segundo pátio, onde ficava o departamento administrativo do Estado. Neste pátio, onde só o sultão podia montar a cavalo, era possível ver com frequência pessoas que resolviam algum assunto oficial com o governo, e os representantes dos jenízaros ou soldados turcos. No mesmo pátio, embaixadores estrangeiros eram recebidos e diversas cerimônias oficiais realizadas. Diz-se que durante estas cerimônias, mesmo na presença de cinco ou dez mil pessoas, reinava silêncio absoluto no local. E naquelas em que o sultão ia, o trono imperial era colocado em frente da porta, no outro extremo do pátio e, em sinal de respeito, os presentes permaneciam em pé, com os braços cruzados sobre o peito.

 Harém

O Harém do Palácio de Topkapidispõe de 400 quartos situados ao redor de pequenos pátios recônditos e de corredores longos e estreitos. É a área do palácio que sofreu maior número de transformações.

O harém era um lugar especial do palácio que alojava a mãe do sultão, suas irmãs e filhas, assim como as cariyes (concubinas) e os eunucos negros, que vigiavam o harém e exerciam as funções de superintendentes, constituindo o corpo de criados da família imperial.

Ao longo dos séculos, são muitas as histórias que tiveram o harém como cenário e seus habitantes como protagonistas. Sem dúvida, o fato de que se tratava de um domínio particular do sultão e que ficava fechado a qualquer acesso ao exterior, contribuiu para a lenda.

As escravas ou concubinas que serviam ao sultão e sua família eram escolhidas entre as mais belas e sadias de distintas raças ou eram oferecidas, entrando para o harém desde a infância e recebendo durante anos uma educação especial sob rigorosa disciplina.

Depois de aprenderem os costumes do palácio, as cariyes eram agrupadas em várias  classes e as que conquistavam o sultão podiam até chegar a ser suas esposas. O título de rainha não existia no palácio otomano. A administração de todo o harém estava nas mãos da mãe do sultão e junto à riqueza e ao esplendor, surgiam as entrigas para conquistar a simpatia do sultão.

Quando um novo sultão subia ao trono, o harém do anterior era transferido para outro palácio.

Cozinhas e pavilhão

À direita do segundo pátio, sombreadas por ciprestes e bananeiras, estão as cozinhas do palácio, atualmente galerias que exibem a coleção imperial de cristal, prata e porcelana chinesa: aproximadamente, 2.5 mil peças das mais de 12 mil porcelanas chinesas e japonesas que eram usadas ou decoravam o palácio. Na época, quando estas dependências funcionavam como cozinha, uma equipe de mais de mil cozinheiros e ajudantes preparava os pratos destinados a diferentes partes do palácio.

 Terceiro pátio

Para chegar ao terceiro pátio, era preciso atravessar a porta Bab-üs Saade (Porta da Felicidade). Ninguém podia cruzá-la sem permissão especial. A passagem para este pátio reservado para o sultão ficava sob o controle dos eunucos brancos. O Centro Imperial de Ensino, a Sala do Trono, o Tesouro Privado do Sultão e as salas das Sagradas Relíquias ficam neste local. A Sala do Trono ficava de frente à entrada e todos os criados que serviam nesta sala eram surdos-mudos por razões de segurança. Oficiais do alto escalão costumavam servir ao próprio sultão e eram ao mesmo tempo os melhores alunos da escola imperial (Enderún).

 Tesouro

O Tesouro de Topkapi contém a coleção mais valiosa do mundo. As joias exibidas nas quatro salas são autênticas e originais. Obras de arte da joalheria turca de vários séculos juntamente com outras procedentes da Europa, da Índia e do Extremo Oriente fascinam o visitante.

 Punhal de Topkapi

O punhal de Topkapi é o símbolo do palácio e do tesouro inteiro, um belíssimo exemplo do artesanato turco do século XVIII. Abaixo de uma das quatro esmeraldas que adornam a empunhadura, há um pequeno relógio.

Sala das sagradas relíquias

As sagradas relíquias do mundo islâmico foram trazidas ao palácio do Egito, no começo do século XVI, quando este país foi conquistado pelos turcos. Desde então, as relíquias encontram-se no mesmo lugar. Desde então também, os sultões turcos obtiveram o califato, ou seja, a chefia do mundo islâmico, o que aumentou o prestígio do seu poderio.

Nesta sala, encontram-se exibidos os pertences pessoais do Profeta, um dos primeiros  alcorões escritos à mão e as chaves da Caaba.

Quarto pátio

Neste pátio, encontram-se os pavilhões dos jardins e entre eles o Pavilhão de Bagdá, o único edifício de madeira do palácio, decorado ricamente com adornos e azulejos, que datam do século XVII.

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